A paulista cynthya Corvello de 40 anos, é a mais nova aluna do curso de historia da UFC (Universidade Federal do Ceará), graças ao ENEM ela foi selecionada na 1° chamada do SISU (Sistema de Seleção Unificado).
Ela conta que a sua boa pontuação na redação foi que fez com que ela garantisse a aprovação. Ela atingiu a nota de 900 (o máximo é de 1.000 pontos), ótima nota por sinal, este ano também fiz o Enem e por coincidência minha nota na redação também foi de 900.
Se não tivesse de pagar 25 anos de reclusão no Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, único presídio feminino do Ceará, ela estaria ainda mais feliz pela sua aprovação, Cynthya foi condenada a 25 anos de reclusão, em regime fechado, por coautoria em duplo homicídio seguido de roubo, ocorrido há quase 20 anos, em 1993. Ela ficou foragida até 1998, quando resolveu apresentar-se numa delegacia do Ceará.
Ficou presa de 1998 a 1999, depois conseguiu um semi-aberto até o julgamento, em 2006, ela pagou, até agora, dois anos e sete meses da pena de 25 anos da qual foi condenada.
A pré-universitária conta que está preparada para um possível preconceito que possa sentir nas salas de aula da universidade. “É um assunto complexo. Se eu tiver vergonha da minha situação de presa, não posso querer que as pessoas me tratem com respeito”, afirma.
No presídio ela se dedicava a organização da biblioteca, entre seus autores favoritos estão, Nietzsche, Lya Luft, Kafka, como ouvinte assistia aulas do EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Com tudo isso fica a mensagem de que nunca é tarde para um recomeço, os erros do passado podem ser apagados com muito arrependimento e esforço, por sorte ela teve acesso a uma boa biblioteca, coisa que nem todo detento tem, fica mais uma vez provado que a educação é o principal fator para contribuir com a melhoria da nossa sociedade.
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